Após termos estado no ponto resolvemos circundar a montanha para alcançar o outro lado, aquele que tínhamos observado. Seguimos assim ao longo da encosta, com a presença constante da inexpugnável crista de pedras do topo.
Os nossos passos, embora aparentemente enérgicos e determinados de chegar, eram marcados por um indisfarçável deambular. Seguíamos em frente com a rapidez de quem está preso por uma corda que nos segura, mas que por vezes fica lassa e nos dá a sensação de caminhar no vazio.
Eveline seguia agora visivelmente à frente. O caminho que percorríamos não estava marcado, guiávamos-nos pela crista, procurando manter a distância relativamente a ela, e pelo horizonte da encosta que encurvava lentamente. Naquele caminho inventado, os pés resvalavam à procura de apoio e tentávamos nos próximos passos restabelecer a distância ao topo.
A conversa entre James e Eveline era entrecortada pelo vacilar da caminhada.
- Quanto faltará...
- Talvez depois daquela rocha já vejamos...
- O outro lado.
- Sim, talvez.
- Fiquei surpreendida...
- Com o quê?
- Com a paisagem do outro lado.
- Sim, também não estava à espera.
- Já se veem os cumes.
- Há um grande desnível até ao desfiladeiro.
- Já dali se consegue ver como são perfeitos.
- Lá a floresta é muito densa.
- Ainda têm alguma neve.
- Seria por não haver sol que o verde era tão escuro...
- É magnífico!
- Sim, é!
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