sábado, 18 de fevereiro de 2012

Douradas

Sobre o gelo, a olhar uma para a outra, duas douradas. Detenho-me a comparar a luz nos olhos, o corte das bocas, a dimensão das guelras, o brilho das escamas e o contraste nos padrões. Procuro perceber no que difere uma dourada de alto mar de uma dourada de aquacultura, mas apercebo-me que estou a ser preguiçoso autocentrado e urge-me ser descomplexado competitivo. Assim, desvio o pensamento mas sucumbo, e perante os olhos surgem-me dois gestores, frente a frente, Passos Coelho e Steve Jobs.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Neutralidade

Perguntam-me se é possível ser-se neutral. Respondo que deve ser possível, mas provavelmente tem um preço.

Por vezes o preço é alto, e como tal impossível de pagar. À criança Vito Corleone, no início do Padrinho Parte II, não é dada oportunidade de ser neutral. A guerra civil Espanhola está cheia de histórias dessas.

Já nas situações menos extremas o preço da neutralidade é, apenas, não participar no banquete dos vitoriosos. Mas por outro lado não se corre o perigo de ter a sorte dos derrotados. Ou seja, se não nos importarmos de não estar na primeira fila da divisão dos recursos, então é possível ser-se neutral.

Na actual sociedade Portuguesa pode começar a ser cada vez mais difícil ficar neutral (A Construção da Máfia Portuguesa I , A Construção da Máfia Portuguesa II), porque os recursos escasseiam e a sorte dos neutrais não diferirá da dos derrotados.