sábado, 31 de março de 2012

Do Poder e dos Afetos

Bonaparte: Now some people say he's gotten a little too big for his spats. But I say, he's a man who'll go far. Some people say he's gone too far. But I say, you can't keep a good man down. Of course he's still got a lot to learn. That big noise he made on St. Valentines Day - that wasn't very good for public relation. You let them two witnesses get away. That sure was careless.

Spats: Don't worry about those two guys. They're as good as dead. I almost caught up with them today.

Bonaparte (flabbergasted): You mean you let 'em get away twice? Some people would say that's real sloppy. But I say, to err is human, to forgive divine. And just to show you what l think of you, Spats, the boys told me you was gonna have a birthday. So we baked you a little cake.

Spats: My birthday? Why, it ain't for another four months.

Bonaparte: So we're a little early. What's a few months between friends?

Some Like It Hot, Billy Wilder

domingo, 4 de março de 2012

Pessoas, boas más assim assim

Esta semana por várias vezes ouvi argumentações acerca da maioria das pessoas ser honesta e trabalhadora. Claro, que quem assim argumenta está também a referir-se àquela minoria que não o é. Esta é a velha questão das pessoas boas e das pessoas más. O problema não é novo.

Antes da libertação, os campos de concentração nazis, como Auschwitz, tinham um conjunto de pessoas boas e trabalhadoras que estavam, de forma sistemática, a exterminar pessoas que em vez de trabalhar eram avarentas e se dedicavam à usura. Não era por acaso que nos campos havia inscrições a dizer que o trabalho educa.

Claro que no dia da libertação os papéis se inverteram e subitamente as pessoas boas já não tinham mulheres e filhos à sua espera em casa, mas eram completamente desumanas.

A experiência de Milgrim procurou perceber como é que este tipo de situações pode acontecer, dado que a maior parte das pessoas é honesta e trabalhadora. De acordo com os resultados da experiência cerca de 65% das pessoas é obediente e segue as ordens da autoridade até ao fim. Ou seja, os guardas de Auschwitz poderiam ter sido cidadãos honestos e trabalhadores do Connecticut.

A experiência não dá nenhuma caracterização dos 35% de pessoas que se recusou a submeter outras pessoas a choques elétricos que os poderiam levar à morte. Mas parecem ser pessoas que têm tendência para desobedecer a ordens, para não fazerem o que lhes compete.

Aqui levanta-se-me uma questão. Então são estas pessoas que não obedecem a ordens, que não fazem o que devem, que são boas? Mas Portugal precisa dos outros e esses são maus!

Estarei confuso? Assim assim,

quinta-feira, 1 de março de 2012

Anda para aí uma gripe

Entrou, instalou-se no corpo, e quase me convenço a deixá-la ficar. Há qualquer coisa de agradável no torpor do estado febril e no esticar das pernas doridas. Mas resisto e corro com ela à força de paracetamol.

Sinto qualquer coisa no corpo e dizem-me que anda para aí uma gripe, mas pressinto que é ela de novo, talvez travestida com uma nova aparência, ardilosamente construída com as suas memórias da visita anterior.

E se fui eu que me instalei neste corpo, e estou apenas a presenciar um primordial encontro.