sábado, 11 de agosto de 2012

Dia 10 - Espiral

O dia foi a subir. Primeiro por uma encosta suave mas assim que nos aproximámos do núcleo central o caminho transformou-se numa íngreme subida a dar voltas em caracol. Estamos constantemente a reencontrarmos-nos, ainda que com um ou dois metros de altura de diferença. Eveline vai no meio e conta como resolveu fazer esta viagem.

- Um dia surgiu uma possibilidade de tirar umas férias de dois meses. Sempre tinha sonhado vir aqui e procurei na internet.
- Encontrei muita informação sobre os percursos, com fotografias e descrições de pessoas que cá vieram.
- Tudo o que vi deixou-me entusiasmada. Falei com uma amiga que já cá tinha estado.
- Ela disse-me que este sítio era maravilhoso, mas que Agosto não seria a melhor época.
- Mas disse-lhe que apenas poderia fazer tirar férias em Agosto.
- Ela disse-me porque não tentava tirar mais tarde.
- Eu disse-lhe que poderia tentar mas que era difícil.
- Ela disse-me para eu falar com o meu chefe.
- Eu disse-lhe que ele não iria autorizar, mas resolvi perguntar à minha mãe.
- A minha mãe ficou surpreendida, mas depois disse também ela teria gostado de fazer este caminho.
- Ah, fiquei tão contente por a minha mãe me dizer isso que no dia seguinte falei logo com o meu chefe.
- Ele apenas ouviu
- Não percebi se estava de acordo ou não, mas é-me sempre difícil perceber o que é que ele está a pensar.
- Disse-me que iria falar com o responsável.
- Nessa noite encontrei um amigo, o Karl, e contei-lhe
- Ficou tão entusiasmado. Disse que deveria ir mesmo.
- No dia seguinte o chefe veio falar comigo e disse que não seria possível por causa dos clientes.
- Fiquei tão revoltada. Ainda no outro dia derem isso ao Tom.
- Queixei-me à minha amiga.
- Ela disse-me que não fazia sentido nenhum.
- Passámos toda a noite a conversar sobre isto.
- Quando cheguei a casa pensei que se pedisse uma licença poderia passar seis meses a viajar por aqui.
- Falei com o meu namorado e disse-lhe que estava a pensar viajar durante seis meses.
- Ele deu-me todo o apoio.
- Perguntei-lhe porque não vinha comigo.
- Ele disse que não podia por causa do cão. Sobretudo agora que o cão estava velho.
- Eu disse-lhe que compreendia.
- Ele disse-me que se eu esperasse que o cão morresse vinha comigo.
- Eu disse-lhe que agora já não dava para esperar.

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