segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Liberdade

Um amigo costuma dizer, meio a sério meio a brincar, cuidado com os que te querem fazer bem.

Em Março de 1946, o censor do livro de Dostoievsky, os Irmãos Karamazov, está certo do que é melhor para as classes menos cultas. Como será a sua atitude se as classes menos cultas não desejarem o bem que ele lhes quer?

Mestre Hakuin não quer, faz. Quando lhe dão a criança não diz que seria melhor cuidada pelos pais, quando lhe retiram a criança não diz que os pais não a merecem.

O que haverá de profundamente diferente entre eles?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Quando a magia da televisão...

A televisão alimenta-se de pessoas.

Neste Natal, numa reportagem sobre os militares portugueses no Líbano, são colocados frente a frente um militar, no Líbano, e a sua mulher com o filho ao colo, na Figueira da Foz. Pretende-se dar a entender que a televisão tornou possível este encontro, mas o militar vai dizendo à mulher (em entrelinhas) deixa lá, e explicitamente, falamos depois no skype. O entrevistador remata a reportagem com uma pérola: É assim quando a magia da televisão e a magia do Natal se juntam...

Num jantar de caridade na noite de Natal, entrevista-se uma das comensais. Pergunta-se se não teria de comer se não fosse esse jantar, o que a senhora nega, de seguida pergunta-se se estaria sozinha se não fosse o jantar, o que a senhora nega. Quando a magia da televisão e a magia do Natal se juntam...

A análise de um telejornal dará uma boa imagem do estado do país, não pelo que se diz, mas pelo que se pretende dizer, e pela forma como se passa essa mensagem.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Pode não ser assim

Hoje, ao falar da crise, um amigo articulou como normal a possibilidade de uma ditadura militar no caso de, devido a um colapso económico, se crie muita instabilidade social. Disse que as pessoas iriam aceitar.

É evidente que uma análise história nos leva a esta conclusão, ainda assim, fiquei um pouco chocado. Esta é a forma como pensam os que sentem que o podem fazer: as pessoas vão aceitar.

Será assim?

Duas notas:

- A democracia é bem mais útil em situações de crise, mesmo que elas incluam pobreza, do que nas situações de bem estar.

- Estamos num mundo diferente, em que, tal como as empresas se tornaram transnacionais, também as organizações democráticas se globalizaram, Avaaz.org é um bom exemplo.

Uma nota final sobre a crítica no documento do wikipedia-Avaaz ao clicktivism e o efeito commitment-and-consistency.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Das Ideologias e Da Cultura

Ideologias há muitas e cada cultura adapta-as à medida da sua inevitabilidade. Disso são exemplo os 140% democráticos na Rússia e a monarquia comunista na Coreia do Norte.

Em Portugal já passámos por diversas ideologias. "Recentemente", fomos do republicanismo macho ao fascismo beato, seguindo-se a democracia subsidiada e agora vem aí o liberalismo redentor.

Como é que todas estas ideologias foram tratadas pela mesma cultura?

Neste momento de incerteza pergunto-me como será o liberalismo segundo a cultura Portuguesa?

Prognósticos só no fim do jogo, mas cada um nós deverá começar a observar atentamente o seu local de trabalho para perceber o que 37 anos de democracia terão acrescentado à cultura Portuguesa e, claro, o que o futuro nos reserva.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Da Redenção Pessoal e Da Redenção Social

Algumas histórias Zen soam estranhas, por vezes quase irreais. Por exemplo, a história do Mestre Hakuin que cuida do que não é dele e que não se prende ao que ama é um extraordinário exemplo de redenção pessoal, difícil de entender num mundo que apenas funciona se a taxa de crescimento, que resulta na capacidade de possuir mais, for de 2 a 3%.

Isto levanta a questão de saber se a redenção pessoal se poderá tornar numa redenção social.

Curiosamente esse argumento tem sido frequentemente usado, muito especialmente nas situações de crise, em que os recursos escasseiam e se levanta a questão de como gerir a sua distribuição.

Por exemplo, quando falei com os mais velhos foi-me dito que a Senhora do Sr. Dr., tinha sempre uma panela ao lume com sopa para os pobres. Dizia ela que com umas poucas batatas e umas folhas de couve se fazia uma sopa. Afirmação semelhante tinha já sido dita muito antes por uma Rainha, são rosas Senhor, e muitas outras expressões semelhantes pertencerão provavelmente ao imaginário popular.

O argumento que a esquerda tem para esta proposta de redenção social através da redenção pessoal é que de facto ela esconde uma situação de perpetuação da ordem social estabelecida. Desta forma, a desconfiança relativamante à redenção pessoal atingiu o seu extremo nos países totalitários comunistas, em que a prática religiosa foi reprimida.

E assim, como em todas as coisas significativas da vida, chega-se a um paradoxo: provavelmente a esquerda tem razão e a experiência de Mestre Hakuin é fantástica.

Outra História Zen

Is That So?

The Zen master Hakuin was praised by his neighbours as one living a pure life.

A beautiful Japanese girl whose parents owned a food store lived near him. Suddenly, without any warning, her parents discovered she was with child.

This made her parents angry. She would not confess who the man was, but after much harassment at last named Hakuin.

In great anger the parent went to the master. "Is that so?" was all he would say.

After the child was born it was brought to Hakuin. By this time he had lost his reputation, which did not trouble him, but he took very good care of the child. He obtained milk from his neighbours and everything else he needed.

A year later the girl-mother could stand it no longer. She told her parents the truth - the real father of the child was a young man who worked in the fishmarket.

The mother and father of the girl at once went to Hakuin to ask forgiveness, to apologize at length, and to get the child back.

Hakuin was willing. In yielding the child, all he said was: "Is that so?"

domingo, 4 de dezembro de 2011

Pôr isto na ordem

Na sequência da greve geral e dos cocktails molotof notei nos títulos de alguns jornais que há por aí vontade de pôr isto na ordem.

Eu, que vivi a maior parte da minha vida na desordem democrática, resolvi perguntar aos mais velhos como era a ordem de antigamente. Falaram-me da fome e dos pobres que se roubavam uns aos outros pois as propriedades agrícolas do Sr. Dr. estavam guardadas pela GNR. E também que roubar couves ao Sr. Dr. era mais grave do que roubar a outro pobre. Uma resolvia-se na justiça e a outra numa briga de taberna.

Não consigo evitar associar essa vontade de ordem a alguma da actual tendência "privatizante" do que é público. Aqui, os serviços de segurança e de justiça.

Será para isso que se quer pôr isto na ordem?

História Zen

Muddy Road

Tanzan and Ekido were once traveling together down a muddy road. A heavy rain was still falling.

Coming around a bend, they met a lovely girl in a silk kimono and sash, unable to cross the intersection.

"Come on, girl" said Tanzan at once. Lifting her in his arms, he carried her over the mud.

Ekido did not speak again until that night when they reached a lodging temple. Then he no longer could restrain himself. "We monks don't go near females," he told Tanzan, "especially not young and lovely ones. It is dangerous. Why did you do that?"

"I left the girl there," said Tanzan. "Are you still carrying her?"

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pensar em tempo de crise

Em tempo de crise é importante repetir aquilo que sai do mainstream, por isso umas citações de José Pacheco Pereira que vale a pena ler e pensar, e um incentivo para ler os posts na totalidade...

- A crise que atravessamos não é apenas económica, social e financeira, é também uma crise da democracia. Ela surge já há vários anos de forma larvar e agora apresenta-se com cada vez maior clareza aos nossos olhos. A crise do sistema económico capitalista, aquilo a que muitas vezes se chama eufemisticamente “economia de mercado”, impregna inevitavelmente a democracia como sistema político, arrastando-se numa crise conjunta. É irónico que poucos anos depois da afirmação universal do “fim da História”, pela vitória universal da democracia, se veja esta resvalar para uma “democracia restritiva”, com o retorno de velhas ideias sobre o “governo das competências” e a tecnocracia.

Em http://abrupto.blogspot.com/2011/11/o-mundo-que-estamos-criar-4-mas-ha-pelo.html:
- Salazar pensava assim, que a pobreza era uma virtude e muitos dos nossos governantes, como acham que tudo o que a mão do estado toca é por natureza impuro, aconselham dieta aos magros, como se a mortificação a que eles presidem fosse um castigo divino executado pela troika e seus mandantes.
- E acima de tudo não precisamos de todo da antipatia activa com os que estão a perder, como se eles fossem os culpados do que nos está a acontecer. Ou será que alguém pensa que um banqueiro, desses que influenciaram e patrocinaram a política de todos os nossos governos, tem menos culpas do que um motorista da Carris? É que parece que sim.
 
- Em democracia os "custos" dos direitos não os põem em causa e é por isso que há para aí uma vaga antidemocrática, demasiado unanimista, que nos empobrece a cabeça numa altura em que também empobrecemos nos nossos bolsos. E a verdade é que o empobrecimento do pensar, a raiva contra o dissenso, o unanimismo do único, tem efeitos ainda mais devastadores do que a troika. E para mim já me basta esta, para que agora me ponha na fila do rebanho. Tem também custos, mas quero lá saber.

domingo, 23 de outubro de 2011

Democracia

Os problemas económicos que enfrentamos escondem um perigo mais profundo, o questionar do sistema democrático.

Esse perigo está aí, e começa por nós nos coibirmos de exercer a nossa liberdade pela necessidade. Quando isso acontece já a perdemos de facto e facilmente nos a retirarão de jure.

Esse perigo está aí, e começa por nós exercermos a nossa liberdade de forma inconsequente. Facilmente gastaremos energia no acessório e quando chegar a altura de defender o essencial estaremos esgotados.

Mais do que nunca é necessário que as pessoas procurem exercer a cidadania, o que não é fácil numa sociedade que saiu da ditadura com uma revolução militar e que pouco depois ficou imergida num bem estar subsidiado pela Europa.

PS: Citação de Benjamin Franklin no Abrupto

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Da Grécia e De Portugal

As diferenças entre a Grécia e Portugal são abissais. Lá revoltam-se, aqui  organizamos-nos para resolver o problema. Lá acham que algo está mal no sistema, aqui achamos que algo está mal em nós. Provavelmente ambos têm um pouco de razão. Por um lado vivemos acima das nossas possibilidades e por outro os cidadãos perderam o controlo de como têm sido gastos os seus impostos. E ambas as situações devem ter contribuído para o défice. As questões são:

- Como se pode produzir mais? 
- Como é que vai ser o financiamento dos partidos, e a sua sequência de "toma lá dá cá" que se prolonga antes e depois do financiamento? 

Não vai ser suficiente responder a apenas uma das perguntas. 
E não é um problema de somenos importância que quem está a tentar responder à primeira pergunta faz parte do problema da segunda.

domingo, 16 de outubro de 2011

Quando sabes onde queres chegar o caminho é irrelevante

O apresentador aponta para uma parte de um gráfico que diz mostrar um aumento nos últimos anos, mas de facto o parte do gráfico que refere é contante nesse período. Quando lhe fazem notar que algo está errado repara que é a outra parte do gráfico a que se queria referir.

De facto, quando estamos convencidos dos resultados a que queremos chegar já não olhamos para o caminho.

Se há alguma relevância nas filosofias/religiões orientais, como o Budismo, é toda a estrutura argumentativa que desvaloriza o resultado ou fim, o que obriga a pessoa a concentrar-se na única coisa que resta, o caminho.

sábado, 15 de outubro de 2011

Significados II

o que é que 
aquilo das garrafas
 quer dizer encolhe
 os ombros quem leu
 eu não eu li era
 sobre as diferenças 
diferentes tipos de
 vinho sim sim diferentes
 tipos de vinho parece 
que bebe de certeza pois
 as garrafas estavam
 vazias branco e tinto
 tanto faz, branco
 ou tinto... por isso
 começam as garrafas
 a dançar pois pois
 dançar e já com algumas
 dificuldades de ler as
 letras pequenas pequenas
 letras letras pequenas 
letras pequenas e letras
 garrafais pequenas e
 garrafais que confusão
 daí a dança e andam aos 
safanões isso não é nada simpático 
e salta a rolha coisa que nunca deve 
acontecer mas como pode saltar depois de
 estarem vazias é o efeito de beber beber nunca nunca beber 
nunca beber nunca beber nunca beber e dançar com moderação  com
 moderação moderação moderação moderação e há tudo o resto que resto 
o homem e a mulher e o encher e o voar não devemos esquecer as invejas
sim sim as invejas e as calinadas na gramática ah as calinadas na gramática é de
certeza da timidez será pode ser mas não esquecer os copos de vinho sim de vinho
será que bebe no avião no avião nunca beber nunca beber nunca beber nunca beber
nuca beber nuca ou nunca cuidado com a gramática perdão nunca foi erro ao escrever como nunca foi erro ao escrever foi erro agora mesmo ao escrever nunca foi erro ao escrever nunca ao escrever nunca ao escrever nunca ao escrever nunca ao escrever nunca ao escrever nunca ao escrever nunca ao escrever nunca ao escrever nunca ao es

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Significados

As duas garrafas vazias estão lado a lado. Porque estarão lado a lado?

Um rótulo com o nome em letras garrafais, o outro cheio de pequenas letras que não consigo ler. Estarão zangadas?

De pequenas letras? Estará de avesso com a gramática?

De branco uma, de tinto a outra. Todos diferentes todos iguais?

A de rótulo preto é uniforme a realça o gargalo comprido, mas que a de amarelo é arredondada e tem uma tira a enfeitar o gargalo. Serão homem e mulher?

Uma chegou primeiro, a outra mais tarde. Será para fazer companhia?

De Portugal uma, da Bulgária a outra. Terá a ver com da crise europeia?

A que andou de avião está a contar como foi. É uma caso de gestão de invejas?

Já não me lembro qual me soube melhor. Estarão a discutir?

Aprumadas, lado a lado, estão a dançar com certeza. Será tango, com tanta certeza?

Parecem animadas. Dançarão sob os efeitos do vinho?

A dançar, uma dá um safanão à outra. Será que lhe saltou a rolha?

Vazias. Será que alimentam esperança de voltar a encher?

E se encherem? Será para me satisfazer?

Especadas, frente a frente. Será que afinal não se conhecem?

Se calhar é timidez. E se beberem um copo?

Se beberem. Será que isso lhes vai dar a volta ao rótulo?

Bom, ao menos assim poderia ler o nome da refractária.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tire a bota! Não espere...

O ambiente é de guerra. Ouvem-se tiros e pessoas a gritar. O cameraman diz a um soldado que está sentado, "Tire a bota!", mas é interrompido pela jornalista que diz, "Não espere...", e explica ao cameraman que o jornalista não deve intervir na realidade. De seguida diz ao soldado que a decisão de tirar ou não a bota é dele apenas. O soldado com um ar triunfante diz, "Eu decido tirar a bota", e tira a bota enquanto o cameraman filma.

Recordo esta história de um filme de que já não recordo o título. Tenho a vaga ideia que a cena se passava na Nicarágua e que o soldado era um contra. Do filme não recordo mais nada.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

I forgive but I do not forget

"I forgive but I do not forget" is a sentence Nelson Mandela mentioned.

He forgives because he does not want to become the same stuff his perpetrators are made of, but he does not forget because he has learned.

However, some may interpret it as a sign of weakness.

sábado, 8 de outubro de 2011

Friedman++

Nos 100 dias do actual governo de Portugal, o jornal Público titulava que o governo se guiava pela Troika e pelas ideias Liberais.

A história da Halliburton e da guerra do Iraque, incluindo os seus soldados privados, testam os limites do liberalismo. Onde começa e termina o estado e onde começa e termina o privado. Nestas histórias parece que afinal está tudo muito misturado, e que os contribuintes do EUA têm uma diminuta capacidade de controlar os gastos do seu dinheiro na guerra, e a qual é ainda mais reduzida quando é dado a empresas privadas.

Por aqui acredita-se que apenas por se privatizar os serviços públicos se vai poupar dinheiro. Se os contribuintes não tiveram mecanismos para controlar os gastos do seu dinheiro, quando este era gerido por  organizações públicas, será que vão passar a ter quando este for gerido por instituições privadas? 

Há uma cegueira quando se procura aplicar ingenuamente as ideias liberais ao dinheiro dos contribuintes. A esta cegueira pode-se chamar de Friedman++. Chega-se a um ponto em que o comprometimento com as ideias liberais é tal que já não se pensa. Será pura magia.

Mas claro que no meio dessa cegueira haverá sempre alguém que vai ver boas oportunidades de negócio. Esperemos que não sejam alguns dos antigos gestores, por nomeação política, das organizações públicas que vão acabar. Mas se forem, dir-se-à que eles é que percebem do negócio.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

silence

for a while, he quested after truth
and then, one day, he realised
either by tiredness or by boredom
that only those who live in lie can find it

terça-feira, 4 de outubro de 2011

The Butterfly - A Poem by Rowlf

I saw a butterfly one beautiful morn
Flitting silently on the dew-covered lawn
And I thought to myself how wonderful it would be
If only we could see
Millions of these
Covering the mountains, the plains, and the seas.
I held out my hand
And motioned it to land
And as it did, I looked for another butterfly with which to mate it
I couldn't find one so I sat down and ate it.

(The Muppet Show - Season One Episode 20)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Questões de Moral

Sempre que tenho disponibilidade, na Segunda às 23:00, sento-me no sofá, ligo a rádio e fico a ouvir Questões de Moral, um programa de Joel Costa na Antena 2. Àquela hora da noite, Joel Costa tem uma voz de questionador solitário. Numa época em que tudo se mede pelo número de respostas é delicioso ouvir uma hora só de perguntas.

Aos dezasseis anos decidi trabalhar um café durante o verão. Junto à caixa registadora estavam algumas moedas. Os colegas explicaram-me que esta era a forma do patrão testar os novos empregados, ver ser sucumbiam à tentação. Esta é a resposta da direita à questão de moral, a pessoa íntegra deve ser capaz de resistir às tentações que lhe colocamos à frente.

Os filmes de Luis Buñuel são sobre a moral. Num conhecido clássico, El ángel exterminador, mostra como as relações entre um grupo de convidados se vai degradando por inesperadamente terem de ficar todos no mesmo local. Esta é a resposta de esquerda à questão de moral, se as condições económicas ou sociais se deteriorarem o animal manifesta-se.

Numa altura em que o desemprego começa a deixar de ser uma miragem a questão que se levanta é: E se forem os trabalhadores a colocarem as moedas para o patrão escolher quem é íntegro? Esta sim, junta as respostas da direita e da esquerda à questão de moral, é uma Questão de Moral.

domingo, 2 de outubro de 2011

tender mirrors

- lindaaa ♥

- olha quem falaaaaaa

- ? a nem por sombraas !

- isso é o que tu pensas mas n é verdade!!!

- é verdade siiim !

- Obrigada!!!

- de nada ^.^

- okay okay xD

- A minha Princess é Perfeiita ♥

- oiwhh :$ que fofinhaaa ♥

- Também és (L)

- de nada, népia, não sou

- pois nao - nao és gira és Liindaa!!

- Ohh obrigada, a sério

- nada disso Princess

- ok, obrigada, és muito querida !

- ‎(ahaha xD) ok

- ‎sou tanto como tu!

- P-E-R-F-E-C-T- ♥

- Oh obrigada mas n

- SIM*

- ahahaha ok

- Linda a minha amiga

- Oh és tão fofa 

- ohh obrigada

- agora sao minhas irmanzinhas do coração voces sao lindas tanto uma com a outra

- de nadaaaaa

- Giraa !!

- Obrigada 

- de nada @@

- linda ^.^

- Obrigadaa 

- ahahahahha so tuuuuu mesmo Di!

- olha quem falaaaaaa

- nao achas aos meus pes so se for gatinhos peludos

- aahahahahaahahah tu és mt mais bonitaaaa

- E tu tb

- linda

- Obg ♥!

sábado, 1 de outubro de 2011

E agora?

Não é fácil saber o que vai acontecer a seguir. A separação entre o espaço económico e o espaço nacional criou uma situação nova. Os governos, em particular os republicanos nos EUA, tomaram decisões políticas com um impacto económico transversal ao espaço que os elegeu. Estas decisões permitiram aumentar os lucros de empresas de uma forma desproporcional relativamente ao retorno que o seu sucesso trouxe no país de origem.

O desfasamento caracteriza-se por, os eleitores de um país elegem um governante, este governante toma decisões que permitem aumentar os lucros de empresas, os lucros dessas empresas não têm um impacto significativo no país. A mudança mais significativamente visível é o aumento das diferenças socias nestes países. 

Nos EUA levanta-se a questão adicional relativamente ao que lhe resta, o seu poderio militar. As intervenções militares, tal como tudo o resto nas decisões económicas recentes, caracterizaram-se pelo lucro imediato e a falta de uma visão estratégica.

Em tudo isto não se consegue vislumbrar um processo de retroalimentação positiva. Parece ser um ciclo insustentável.

sábado, 24 de setembro de 2011

A vingança do chinês

O déficit da Alemanha parece ser superior ao que se pensava.

No século XIX o Império Britânico impôs à China o consumo de ópio, numa política que deu dinheiro às companhias Britânicas e amoleceu um gigante.

Agora a China mantém a sua moeda artificialmente baixa, para continuar a inundar o mundo ocidental de produtos muito baratos, aos quais não conseguimos resistir.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A boiar

Obama não quer reconhecer o estado da Palestina, embora fosse o mais sensato. Passos Coelho não diz o que deveria dizer sobre Alberto João, embora devesse.

Ambas as atitudes caracterizam a política a feijões. Obama e Passos Coelho pensam sempre no que podem perder. É a estratégia do boianço, que funciona, e de acordo com os estrategas faz ganhar eleições.

O problema é que como vivem a boiar vão perdendo a capacidade de voar. E duas coisas acontecem a quem se afunda no boianço: (1) convence-se que o mundo é assim e prontos; e (2) aniquilam cegamente qualquer coisa que possa contrariar a tese anterior, em particular re-utilizando todas as técnicas que os colocaram a boiar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Onde páram as dívidas

As dívidas dos países ocidentais atravessam todo o espectro, de Sócrates a Bush, passando por Berlusconi. A solução que o "mercado" indica é mesma para todos os países: reduzir o "estado social". Curiosamente, mesmo em países onde ele já é diminuto, como sejam os EUA.

Talvez a realidade seja que as dívidas são o resultado da globalização. O que é duro, para nós ocidentais, é que a globalização tirou da pobreza muitos milhões de pessoas em países como a China, a Índia e o Brasil, mas com o custo duma inevitável redução do nível de vida nos países ocidentais.

A questão em aberto é saber como os países ocidentais vão gerir esta redução do nível de vida.

Será pelo diapasão económico? Em que estrutura social dos países ocidentais irá reproduzir a estrutura da globalização, com empregos muito bem pagos associados à concepção da produção offshore e desemprego ou emprego mal pago para os restantes.

Ou haverá tentativas políticas para encontrar soluções de equilíbrio?

Os governos dos países ocidentais têm cada vez menos mecanismos para tentar eficazmente a solução política.

domingo, 11 de setembro de 2011

Bónus

No seu novo livro, The Upside of Irrationality, Dan Ariely dedica um artigo a tentar perceber qual o efeito dos bónus na produtividade. Este estudo é motivado pela crise financeira e de 2008 e os grandes bónus que os administradores das empresas se auto-atribuíam, e conclui que se o trabalho requerer algum tipo de esforço cognitivo o efeito dos excessivos bónus pode até ser contraproducente.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Commitment and Consistency

Uma férias melhoram quando levamos um livro que nos faz ir a menos um sítio para poder ler um pouco mais.

Nestas férias o livro que retirei de uma pilha de livros por ler chama-se Influence - The psychology of persuasion de Robert Cialdini. Descreve de uma forma muito estruturada as técnicas de marketing, e não só, que manipulam as nossas respostas automáticas.

O capítulo sobre commitment and consistency é particularmente assustador, pois explora a construção da imagem que temos de nós proprios para nos levar a fazer algo que à partida rejeitaríamos. Num dos exemplos, descreve a forma como os chineses, durante a guerra do Vietname, convertiam prisioneiros americanos para as ideias do comunismo. Promoviam concursos entre os prisioneiros para escreverem textos que comparassem o comunismo com o capitalismo. Os textos vencedores eram aqueles que procuravam compromissos, do género, o comunismo não funcionaria nos EUA mas o capitalismo também não funcionaria na China. Depois, estes textos eram várias vezes lidos aos colegas de forma a fortalecer no seu autor uma identificação com o que escreveu. Os chineses tinham o cuidado de nunca oferecer prémios significativos a quem ganhava, para evitar-lhe a sensação de ter sido pressionado.

O resultado é que através de um processo gradual os soldados começavam a identificar-se cada vez mais com essa imagem construída, que persistia mesmo depois da libertação.

Commitment and consistency consegue que gente boa faça coisas menos boas através de um reforço da sua auto-imagem. É apenas necessário "convencê-los" a cometer o primeiro acto, pode ser um simples favor a que só mais tarde é dado o significado que se pretende, depois a coisa anda sozinha.

Assustador.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

The most adventurous entrepreneurs on Earth

Quando a S&P retirou o rating AAA aos Estados Unidos, Obama procurou tranquilizar dizendo que "...we continue to have the best universities, some of the most productive workers, the most innovative companies, the most adventurous entrepreneurs on Earth."

E muito provavelmente é verdade. Mas também é verdade que têm a maior dívida.

Parece que é possível ter ambas as coisas. Parece que ter os maiores empreendedores não compensa não ter a produção industrial localizada no país. Ter os maiores empreendedores alimenta a classe mais alta do país, com o efeito colateral do seu aumento de poder ter levado a que consiga pagar cada vez menos impostos. Não ter a produção industrial localizada enfraquece a classe média, que cada vez tem menor capacidade de intervenção política.

A dívida e os empreendedores podem coexistir numa sociedade em que as diferenças se agudizam.

domingo, 4 de setembro de 2011

Jogo de cartas

Na Europa joga-se um jogo de cartas que a Alemanha vai ganhar. Cabe-lhe apenas decidir se ganha com a razão ou com o coração. Secretamente deseja, talvez, que os restantes jogadores a obriguem a ter de ganhar com coração.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Gaudi e Miró

Gaudi e Miró têm muito em comum e são completamente diferentes. Ambos se apaixonaram pela natureza e viveram um amor intenso, Miró pela vida e Gaudi por deus. E a partir daí tudo é diferente. Talvez porque seja mais fácil consumar o amor pela vida, as obras de Miró são cada vez mais simples, até uma criança as conseguiria desenhar, e a natureza que lá está resulta de uma síntese com a vida. Já Gaudi necessita do grandioso e do que nunca termina para consumar o seu amor.

Na catedral da sagrada família em Barcelona vejo os troncos de árvore, os ramos, as folhas no topo... e desejo estar deitado debaixo de umas árvores e ver a folhas a ondear.

sábado, 20 de agosto de 2011

Plazas

Das cidades espanholas gosto das plazas cheias de gente a chilrear. A minha filha diz que os espanhóis gostam de viver.

As obras de Miró estão cheias de vida, cheias de pássaros, estrelas e mulheres. O museu da Fundació Joan Miró em Barcelona é excepcional. Na entrada, uma enorme tapeçaria com um gato deixa-me siderado, e eu que até nem gosto de gatos. A minha filha, que gosta muito de gatos, não acha nada de especial.

As mulheres deformadas de Picasso conservam o essencial, ou até mesmo o exacerbam. Nota-se que o Picasso gosta de mulheres.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sofia

O último dia, em Sófia. O centro da cidade é pequeno e revela um charme inesperado. É Agosto e a cidade está tranquila. A temperatura do fim de tarde de Sábado e da manhã de Domingo estão excelentes para passear.

A cidade é diferente do que recordo de 88. De então, recordo os militares de pasta a passar determinados de um lado para o outro junto ao edifício do comité central, e já só falta um ano para o muro cair.

Recordo também a tentativa de apanhar um autocarro para o parque de campismo. Quando pretendo pagar o motorista diz coisas que não percebo, mas dá a entender que devo sair do autocarro. Uma senhora de idade levanta-se e paga a viagem com uma senha. Quando volta para o seu lugar os passageiros olham-na com reprovação. Ela levanta a cabeça, como quem diz: sou velha, não tenho medo. Os passageiros baixam os olhos com vergonha. Quando me sento ao lado dela está assustada. Tinha voltado à vida.

sábado, 13 de agosto de 2011

The fundamentals

Durante a semana vou vendo na CNN a volatilidade dos mercados. O discurso sobre as causas é circular.

O apresentador, que fala com a garganta, vai adiantando que tudo se deve aos fundamentals.

Em 2008 não vi a CNN.

Amália

Última noite em Bansko. Assisto ao primeiro dia do festival internacional de Jazz de Bansko. Quando chego já terminou de tocar o primeiro grupo. Há muita gente. No palco entra uma senhora que veste como se tivesse 20 anos. Comporta-se como uma diva. Fala com voz de boneca e as pessoas riem.

No público há muitas familias. As mulheres, mães e filhas, vão-se envolvendo. Os homens são mais reservados.

Ao meu lado esquerdo uma rapariga vai suavemente batendo palmas com as mãos como em reverência.

Durante uma música começa a cantar estilo RAP. Afinal dirige-se aos fotógrafos que se encontram a tirar fotografias e que se afastam cabisbaixos, com as máquinas de rastos, como toiros acabados de lidar.

No fim, alguém com ar sério lhe entrega flores enquanto todos aplaudem.

No dia seguinte procuro saber quem era. Chama-se Lili Ivanova, tem mais de 70 anos, e é uma estrela na Bulgária desde os tempos do comunismo. Quem lhe ofereceu flores foi o anterior presidente da república.

No regresso a Sofia digo ao motorista, deve ter 20 anos, que assisti ao espectáculo de Lili Ivanova na noite anterior. Responde-me, "Lili Ivanova?! She's the best!".

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Religiosidades

A igreja de Santo Demetrius, em Veliko Tarnovo, foi reconstruida sobre as pedras da antiga igreja. Por dentro está completamente vazia.

A senhora que está encarregue da igreja diz-me: "Destroyed by Turks, rebuilt by communist architect".

domingo, 7 de agosto de 2011

Corrupção

Kiril é o guia nas montanhas de Rila. Não terá 30 anos. Vamos conversando. Ele fala do filho do ex-rei que chegou no seu cavalo branco para salvar o país. Parece que, enquanto no poder, a preocupação de Simeon foi fazer aprovar uma lei que lhe devolvia o que tinha pertencido a seu pai. Simultaneamente, o nível de corrupção aumentou no país.

Inicialmente pensei que deveria mais formas de controlar a corrupção, mas depois ocorreram-me as vantagens da inteligência emocional, de ter contactos, de trabalhar com os amigos, de criar redes de amigos...

Ter mecanismos que imponham imparcialidade na distribuição dos recursos poderá não fazer sentido, ser irrealista. Daí haver muitas leis que pura e simplesmente não são cumpridas.

Contudo, quanto maior for a transparência maior a possibilidade de qualquer pessoa participar na divisão dos recursos.

Na ditadura a negociação para a divisão dos recursos é restrita, tendo mesmo à cabeça seres santificados. A democracia obriga a haver mais negociação. Como resultado da negociação há mais visibilidade, dando a ideia de poder haver mais corrupção.

sábado, 6 de agosto de 2011

Ortodoxa

As igrejas ortodoxas estão cheias de madeira, preto e dourado. O mosteiro de Rila é particularmente luxuriante com as suas pinturas neste estilo.

Enquanto olho para os ícones, com os seus santos coroados a ouro, dou comigo a pensar que a apropriação do cristianismo pelo império romano é a demonstração que, em termos de ideias e valores, é possivel transformar qualquer coisa noutra coisa qualquer.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Prisão

Mas Kostadin também diz que pelo menos agora a Bulgária não é uma prisão. É possivel sair. Recordo ter conversado com dois Norte-Coreanos quando estive na Bulgária em 1988. Primeiro receberam-me com a cortesia dos orientais e, de repente, sem razão aparente, olharam-me com um misto de susto e nojo. Como uma mulher que fez voto de castidade olha um homem por quem sente desejo.

As prisões são como os sistemas descritos por Maturana e Varela, autopoiesis, em que a partir das entradas não é possivel inferir o comportamento do sistema.

Friedman

Kostadin, o guia nas montanhas Pirin, é um engenheiro electrotécnico cuja empresa fechou há 10 anos. Tem 57 anos. É agora guia de montanha no verão e instrutor de ski no inverno. Diz que antes a Bulgária tinha 7 milhões de clientes para o seu tabaco na União Soviética. Também havia mercado para o vinho, e agora já começaram a importar produtos agrícolas. Não porque sejam melhores, são mais baratos e as pessoas têm pouco dinheiro.

Confesso que não tive coragem para sacar do Friedman.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Instabilidade

Muitas coisas estão a acontecer a um ritmo rápido nos EUA e na Europa. Com o fim do modelo comunista nos anos 80, parece que estamos a chegar ao ponto em que um sistema, por não encontrar oposto, vai esquecendo a necessidade de se auto-regular e aumentando o seu nível de instabilidade.

Se a União Soviética ainda existisse, democratas e republicanos já se teriam entendido acerca do défice nos EUA e a Europa acerca do seu futuro.

sábado, 23 de julho de 2011

Economia e Política

Ao ler este artigo que vi referenciado num post de uma colega no Google+, lembrei-me do que pensei quando ouvi Cavaco Silva na televisão mandar estudar aqueles que afirmavam que ele não tinha uma posição coerente relativamente às agência de rating. Pensei que o segundo ciclo do Cavaquismo em Portugal começava pelo pior, sem antes passar pelo melhor.

Mas entretanto fui percebendo que aquilo que me parecia ser uma contradição se calhar não o era. O que estavam errados eram os meus pressupostos. Estava a partir do princípio que economia e política eram coisas separadas, esse era o meu erro.

De facto, tenho alguma desculpa, pois fui influenciado pela primeira afirmação de Cavaco Silva há um ano atrás. Dizia que o problema não são as agências de rating, o problema é devermos dinheiro. A forma como interpretei esta afirmação é que de facto a economia existe por si só, é independente de tudo o resto e se não seguirmos as suas regras as coisas não irão correr bem.

Por isso, quando ouvi a segunda afirmação sobre as agências de rating estarem a manipular o mercado e a colocar em questão a união europeia, fiquei confuso.

Mas resolvi estudar um pouco e lembrei-me que antes da queda do regime soviético, o seu modelo económico foi exportado para todo o mundo. E era outro modelo económico, que não o de mercado, mas conseguia ser exportado. E aí ocorreu-me que se calhar também o modelo económico de mercado não é completamente independente da política, também vive e convive com ela.

Bom, assim a primeira afirmação de Cavaco Silva já faz mais sentido, é uma afirmação política que diz como deve ser a economia.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Rupert Murdoch

O caso News of the World parece indicar que:
  • Existe bastante promiscuidade entre o público e o privado.
  • É fácil fazer escutas telefónicas durante anos de forma sistemática a muita gente, com muita gente a saber e sem ninguém saber.
  • É fácil usar a estrutura do estado para fins privados, através do suborno é claro, mas ainda assim om custos muito reduzidos comparativamente com o custo que a infra-estrutura usada custou ao estado. E mesmo a alegação de que é suborno pode ser enfraquecida dado o poder de quem suborna, se esse alguém vai às reuniões do G8, e é íntimo de quem pode decidir da minha promoção... já não é bem suborno.
  • Exploraram-se muitos aspectos menos edificantes, incluindo o (incitamento?) financiamento do vício da droga de um dos jornalistas para assim ele poder estar no "meio".
Quando a Rupert Murdoch começa-se a suspeitar que:
  • Tem qualquer coisa de homem elástico, vai onde for preciso, encolhendo inclusive para a maior das humildades, quando interrogado no parlamento Inglês.
  • Se é verdade que estava a par dos factos, demonstrou muita confiança, tenho inclusivamente escutado a família real.
Mas parece que por alguma razão as coisas não estão a correr bem. Será que foi porque foram feitas escutas ao líder trabalhista, inclusive enquanto ele foi primeiro ministro? Bom, se calhar isso é apenas "política". Suspeito que o erro de Murdoch foram as escutas à família real. Não que ela tenha muito poder, mas ninguém gostará de ver uma senhora de 85 anos, sentada no seu trono mas pissed off. Sentiria Murdoch, antes deste ataque de humildade, que tinha o rei na barriga?

    terça-feira, 19 de julho de 2011

    Gestão dos Impostos

    Dado que:
    • A distância entre quem paga impostos e como estes são aplicados é significativa.
    • Tem-se questionado a qualidade da gestão do dinheiro público pelo estado.
    • Em alguns países têm aumentado as diferenças sociais devido a um desinvestimento social da parte daqueles que têm melhores condições económicas.
    • O afastamento da classe média da utilização dos serviços do estado resulta num enfraquecimento gradual da prestação de serviços, pois estes passam a ser prestados apenas a pessoas socialmente mais desfavorecidas e logo com menor capacidade reinvidicativa.
    Seria de:
    • Criar um sistema em que os contribuintes são mais participativos na aplicação dos seus impostos.
    • O estado define objectivos sociais, como educação e saúde.
    • Quem paga impostos associa-se em organizações que prestam serviços públicos, por exemplo financiam, e gerem, uma escola ou hospital.
    • As organizações são avaliadas pelo impacto social dos serviços prestados, por exemplo sucesso escolar dos alunos.
    • Organizações que têm melhor impacto têm benefícios, como seja ter os seus impostos reduzidos, ou receber contribuições do estado que passam a gerir reduzindo as próprias.
    • As organizações podem ser a título individual, para os grandes contribuintes, por exemplo a contribuição de um banco pode ser o financiamento e gestão de diversas escolas públicas
    • Os pequenos contribuintes podem ter cotas em organizações colectivas que prestam serviços públicos, e uma vez avaliado o desempenho da organização têm benefícios em função da sua cota.