A televisão alimenta-se de pessoas.
Neste Natal, numa reportagem sobre os militares portugueses no Líbano, são colocados frente a frente um militar, no Líbano, e a sua mulher com o filho ao colo, na Figueira da Foz. Pretende-se dar a entender que a televisão tornou possível este encontro, mas o militar vai dizendo à mulher (em entrelinhas) deixa lá, e explicitamente, falamos depois no skype. O entrevistador remata a reportagem com uma pérola: É assim quando a magia da televisão e a magia do Natal se juntam...
Num jantar de caridade na noite de Natal, entrevista-se uma das comensais. Pergunta-se se não teria de comer se não fosse esse jantar, o que a senhora nega, de seguida pergunta-se se estaria sozinha se não fosse o jantar, o que a senhora nega. Quando a magia da televisão e a magia do Natal se juntam...
A análise de um telejornal dará uma boa imagem do estado do país, não pelo que se diz, mas pelo que se pretende dizer, e pela forma como se passa essa mensagem.
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