Um dos livros que mais me surpreendeu foi Dubliners de James Joyce. Ao terminar de ler cada conto ficava com a ideia que nada tinha acontecido. Cada história é sobre o que não aconteceu ou sobre o que poderia ter acontecido. Querer-se falar a língua que já não se fala, ser-se o que não se é, amar-se o que não se teve: são histórias de um mundo fora do mundo.
Escrito numa altura de ressurgimento nacionalista na Irlanda, no início do século XX, fez-me lembrar um pouco um Portugal que conheci em pequeno, e que por vezes pressinto que está a querer voltar. Um Portugal que deseja ser o que não é.
Tudo isto porque ao relembrar Dubliners acho que encontrei a leitura para este Verão. Agora só falta escolher a montanha onde fazer a caminhada para o reler.
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