domingo, 4 de março de 2012

Pessoas, boas más assim assim

Esta semana por várias vezes ouvi argumentações acerca da maioria das pessoas ser honesta e trabalhadora. Claro, que quem assim argumenta está também a referir-se àquela minoria que não o é. Esta é a velha questão das pessoas boas e das pessoas más. O problema não é novo.

Antes da libertação, os campos de concentração nazis, como Auschwitz, tinham um conjunto de pessoas boas e trabalhadoras que estavam, de forma sistemática, a exterminar pessoas que em vez de trabalhar eram avarentas e se dedicavam à usura. Não era por acaso que nos campos havia inscrições a dizer que o trabalho educa.

Claro que no dia da libertação os papéis se inverteram e subitamente as pessoas boas já não tinham mulheres e filhos à sua espera em casa, mas eram completamente desumanas.

A experiência de Milgrim procurou perceber como é que este tipo de situações pode acontecer, dado que a maior parte das pessoas é honesta e trabalhadora. De acordo com os resultados da experiência cerca de 65% das pessoas é obediente e segue as ordens da autoridade até ao fim. Ou seja, os guardas de Auschwitz poderiam ter sido cidadãos honestos e trabalhadores do Connecticut.

A experiência não dá nenhuma caracterização dos 35% de pessoas que se recusou a submeter outras pessoas a choques elétricos que os poderiam levar à morte. Mas parecem ser pessoas que têm tendência para desobedecer a ordens, para não fazerem o que lhes compete.

Aqui levanta-se-me uma questão. Então são estas pessoas que não obedecem a ordens, que não fazem o que devem, que são boas? Mas Portugal precisa dos outros e esses são maus!

Estarei confuso? Assim assim,

Sem comentários:

Enviar um comentário